Cientistas revelam situação das baleias azuis no mundo

Em um novo estudo publicado na revista Animal Conversation neste mês, pesquisadores da Universidade Flinders, na Austrália, examinaram número, distribuição e características genéticas das populações de baleias azuis – consideradas os maiores animais do planeta – em todo o mundo.

Eles revelaram as diferenças distintas entre as populações de baleias azuis no Pacífico Oriental, as subespécies antárticas e as subespécies pigmeus do leste da Índia.

A pesquisa também mostrou que as baleias azuis do leste do Pacífico Sul e do leste do Pacífico Norte têm semelhanças genéticas inesperadas, sugerindo que fazem parte da mesma subespécie, ao contrário da classificação atual. Essa descoberta contradiz a crença anterior de que essas populações possuem épocas de reprodução opostas.

Utilizando uma combinação de dados genômicos globais, marcação de satélite, acústica e pesquisas de isótopos estáveis (tipo de análise que permite inferir relações entre organismos), os pesquisadores ainda conseguiram vincular os resultados genéticos às características populacionais e aos padrões de migração das baleias azuis.

Eles argumentam que essas descobertas são essenciais para informar a gestão da conservação dessas espécies.

“Cada um destes grupos precisa de ser conservado para manter a biodiversidade nas espécies, e há indicações de que a seleção natural em diferentes ambientes contribuiu para gerar diferenças genéticas entre os grupos de alto nível”, afirmou a primeira autora do estudo, a Dra. Luciana Möller.

Maior animal vivo do planeta, podendo chegar a 30 metros de comprimento, a baleia azul só começou a ser protegida contra a caça em 1966. Agora, elas enfrentam os desafios crescentes do aquecimento global, da poluição, da interrupção das fontes alimentares, do transporte marítimo e de outras ameaças humanas.

Os pesquisadores apelam à Comissão Baleeira Internacional (CBI) – organização criada com o propósito de proteger judicialmente as das baleias – para que utilize essas descobertas na revisão das delimitações dos stocks de baleias azuis para fins de conservação e gestão.

Eles também recomendam que os órgãos de gestão nacional minimizem atividades humanas que possam impactar esses grupos de gestão durante a jurisdição das baleias azuis.

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